“Esse tema é de extrema importância, porque em momento de pandemia a questão do mercado de trabalho eclodiu em todos os segmentos, especialmente em relação ao direito das pessoas com deficiência”, afirmou a presidente do Fórum Permanente dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), juíza Adriana Franco, na abertura do evento desta quarta-feira, dia 9.
“Capacidade Civil e Mercado de Trabalho”, tema de debate na 4ª reunião do Fórum, foi transmitido via plataformas Zoom e YouTube, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). No começo do debate, a vice-presidente do Fórum, juíza Keyla Blank de Cnop, disse: “Em decorrência desse novo status de ampla capacidade civil, foi alargada a participação da pessoa com deficiência no campo social. Sabemos que a capacidade social está diretamente ligada ao trabalho. Entretanto, apesar desse alargamento, pessoas com deficiência foram e ainda são excluídas do mercado de trabalho pela associação entre deficiência e incapacidade”.
A juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo, presidente do Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia, doutora em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva em associação da UERJ, UFRJ, UFF e Fiocruz, falou sobre a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015): “Hoje, a avaliação das pessoas com deficiência deve ser obrigatoriamente por lei biopsicossocial. A avaliação tem que ser realizada não só por médico e psiquiátrica, mas por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar, porque o mundo não é só biológico. Então, nós consideramos nessas avaliações os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais”.
A instrutora e conteudista de cursos de informática para pessoas com deficiência visual na Escola de Administração Judiciária (Esaj) Ana Paula Rodrigues Ruas, integrante da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Comai), falou de sua experiência como mulher cega e de seu sonho de criança de aprender a ler. Ao final do relato, desabafou: “Precisamos nos desprender dos preconceitos e da discriminação. Temos que parar de olhar as pessoas com deficiência como incapazes, pois todos nós somos capazes. O que precisamos é de oportunidade”.
A fonoaudióloga Renata Mousinho Pereira da Silva, doutora em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), falou sobre os transtornos do neurodesenvolvimento e o mercado de trabalho: “ Existe uma tendência de nós vermos o todo e depois os detalhes. No autismo é muito comum ver os detalhes em detrimento do todo, eles veem coisas inesperadas. Existem várias empresas que têm interesse em pessoas que enxergam de outro ângulo. As empresas precisam ver a inclusão mais do que uma obrigação; a inclusão deve se tornar natural, ela deve ser útil para todos os lados”.
Para assistir à transmissão completa do encontro, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=q-zlRWNsq3o
Foto: Rosane Naylor
10 de junho de 2021
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)