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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Sextas na EMERJ” recebe o líder indígena Ailton Krenak


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“A palavra do nosso encontro é raízes. É bom pensarmos: o que o Brasil faz com suas raízes profundas?”, questionou o convidado do “Sextas na EMERJ”, o líder indígena Ailton Krenak. O encontro foi realizado na última sexta-feira, dia 14, via YouTube.


“Sextas na EMERJ”, que chegou em sua quinta exibição, é um programa de entrevistas quinzenal, sempre com convidados que fazem a diferença na sociedade civil em suas respectivas áreas. Magistrados do Poder Judiciário conduzem o encontro. O programa de entrevistas faz parte de um projeto de revitalização da Biblioteca TJRJ/EMERJ Desembargador José Carlos Barbosa Moreira.


A diretora-geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), desembargadora Cristina Tereza Gaulia, doutora em Direito pela Universidade Veiga de Almeida, conversou com Krenak e ressaltou na abertura do programa:


“Os encontros ‘Sextas na EMERJ’ servem para propiciar uma ampliação do conhecimento e da cultura dos magistrados e da própria sociedade civil. Precisamos de professores e de pessoas como o Krenak, que nos ensinem a escutar e a conhecer a diferença”.


Ailton Alves Lacerda Krenak, nascido em Minas Gerais em 1953, é escritor, jornalista, filósofo, poeta, pesquisador, ativista, ambientalista e líder indígena brasileiro, além de ser premiado professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Ailton Krenak é considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, tendo seu nome e seu trabalho reconhecido internacionalmente.


“É muito importante que os operadores do Direito tenham mais familiaridade e conhecimento de como vivem os povos originários. Como você vai julgar uma questão relacionada a alguém que você não tem ideia de como aquelas pessoas pensam? Fico imaginando se cai, na mesa de um juiz, um processo para passar uma torre de energia elétrica contra a vontade dos índios. Tomara que o juiz seja sensível, ou informado, olhe e pense que aquilo não é necessário”, comentou o líder indígena, ao falar da aproximação do judiciário com povos indígenas.


Em 1961, foi criado pelo então presidente do Brasil, Jânio Quadros, o Parque Nacional Indígena do Xingu, considerada a maior reserva indígena do mundo. Na época, os idealizadores do projeto foram os irmãos Villas Bôas. Atualmente, a reserva se chama Parque Indígena do Xingu. Ailton Krenak falou do assunto.


“A criação do Parque Nacional no coração do Brasil surgiu com o objetivo de proteger povos indígenas que estavam sofrendo com contágios de doenças. A ideia era ser um grande bioma de proteção para povos diversos, bioma esse que reuniu 17 povos. Hoje, esse Parque está reconfigurado. Na época, alguns povos começaram a reclamar e pediram para voltar aos locais de origem, pois sabiam que não nasceram ali, mas sim em outro rio, outra bacia hidrográfica. Para quem vê de fora, o espaço pode ser muito legal, mas para eles não era; não era a casa deles. Todo mundo quer voltar para casa”, disse.


Para assistir à transmissão completa do encontro, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=jbRl9XO9VRY&t=3725s&ab_channel=Emerjeventos


Foto Rosane Naylor.


14 de maio de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)