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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



No terceiro dia da semana de valorização da primeira infância, EMERJ debate sobre maternidade e prisão


No terceiro dia da semana de valorização da primeira infância, EMERJ debate sobre maternidade e prisão
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O Fórum Permanente da Criança, do Adolescente e da Justiça Terapêutica da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu, na manhã desta segunda-feira, dia 15, o terceiro dia da “I Semana Estadual de Valorização da Primeira Infância e VI Semana de Valorização da Primeira Infância do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ)”. Os eventos estão sendo transmitidos via plataforma Zoom e YouTube.


Neste terceiro dia, foi debatido o painel “Parentalidade no contexto de privação de liberdade: cuidados e questões de gênero”, que levantou questões a respeito da “Guarda compartilhada no contexto prisional (SEAP/DEGASE)”. Foram palestrantes a vice-presidente do Fórum, juíza Raquel dos Santos Pereira Chrispino, bacharel em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; a professora Bruna Angotti, doutora e mestre em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo; a professora Anna Paula Uziel, mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas; e o psicólogo Daniel Lima.


A juíza Raquel Chrispino falou sobre os medos das mulheres que estão presas e têm filhos: “O maior temor das mulheres que estão presas é de perder a guarda dos filhos. A pesquisa da Fiocruz, ‘Nascer nas prisões’, deixa muito claro para nós que enquanto as mães levam os filhos para verem os pais presos, o contrário não acontece. Não há uma confidência familiar. Elas acabam não tendo condições de os verem por mais tempo. Outro temor é saber o destino dos filhos, onde e como estão, pois não há notícias. Essa pesquisa mostra que essas mulheres estão presas por tráfico de entorpecentes”, disse.


A professora Bruna Angotti abordou a dificuldade encontrada na ressocialização das mulheres após sairem da prisão: “Aqui, em São Paulo, tenho acompanhado o regresso muito de perto, pois temos um projeto de inclusão de mulheres do sistema semiaberto na Universidade Mackenzie. Tenho convivido com mulheres que estão terminando de cumprir a pena e vejo a dificuldade que elas têm de se reinserir socialmente. Como essas mulheres vão manter os filhos quando saírem da prisão? Isso não pode ser ignorado; é questão de política pública. Elas encontram dificuldades para ter um cartão de crédito, para parcelar suas compras, para comprar comida para os filhos, ou até mesmo montar um negócio, como um salão de cabeleireira e manicure, para conseguir ter uma renda digna. Parece que o sistema, o tempo todo, as chama de volta para a prisão”, disse.


Para assistir à transmissão completa, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=5BTnXCAX5pQ&ab_channel=Emerjeventos




15 de Março de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)