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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



No mês da mulher, a EMERJ faz uma homenagem a todas as vítimas de feminicídio com uma montagem especial da peça “Por Elas”


A leitura dramatizada será exibida pelo YouTube nos dias 8 e 9 de março


No mês da mulher, a EMERJ faz uma homenagem a todas as vítimas de feminicídio com uma montagem especial da peça “Por Elas”
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No dia 26 de fevereiro de 1909, em Nova York, cerca de 15 mil mulheres marcharam, nas ruas, por melhores condições de trabalho. A data foi celebrada como Dia Nacional da Mulher. Um movimento ainda mais forte aconteceu no dia 8 de março de 1917, quando um grupo de operárias saiu às ruas com o objetivo de se manifestar contra a Primeira Guerra Mundial e também contra a fome. Em 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) oficializou a data, conhecida como Dia Internacional da Mulher, para lembrar as conquistas políticas e sociais das mulheres. Hoje, 2021, as mulheres continuam sua luta por condições igualitárias nos trabalhos, por respeito, por autonomia, por liberdade e pelo direito de viver.


A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), nos dias 8 - Dia Internacional da Mulher - e 9 - Dia da Promulgação da Lei do Feminicídio -, promoverá a exibição da peça teatral “Por Elas”, de autoria de Silvia Monte e do dramaturgo Ricardo Leite Lopes. O texto, baseado em fatos reais, aborda a violência na vida amorosa de sete mulheres, de diferentes classes sociais e idades, que têm em comum o histórico de agressões e ameaças no ambiente familiar. A trama tem como objetivo primordial provocar a reflexão e cooperar para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e do feminicídio na sociedade brasileira.


O evento, que será transmitido via canal oficial da EMERJ no YouTube, às 19h, também homenageará a juíza de Direito Viviane Vieira do Amaral, morta a facadas pelo ex-marido e pai de suas três filhas no dia 24 de dezembro de 2020. A juíza foi mais uma vítima de feminicídio no Estado do Rio de Janeiro em 2020, que registrou, ao todo, 70 vítimas pelo mesmo crime, segundo o Observatório Judicial da Violência contra a Mulher do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).


A EMERJ convidou para fazer parte do elenco da apresentação, amigas e amigos de ingresso na magistratura da juíza Viviane Vieira do Amaral. Eles falaram sobre a experiência em participar da homenagem e da importância da peça teatral.


“É importante participar dessa atividade pois é um trabalho que terá muita visibilidade e que poderá produzir maior conscientização acerca da violência contra a mulher. Além disso, para nós, amigas próximas da Viviane, foi uma forma de viver o luto, transformando-o, de algum modo, em luta para o bom combate. A experiência é muito rica, verdadeiramente transformadora, como é de praxe ocorrer com a arte, além de ter esse viés de auxiliar, para transformar a dor da perda de uma amiga em uma atividade que pode colaborar para esclarecer e conscientizar a sociedade acerca do grave problema da violência de gênero”, disse a juíza Renata Lima.


“A peça traz a apresentação dramatizada do grave problema da violência doméstica e busca induzir a conscientização das pessoas sobre a necessidade de seu enfrentamento, no plano constitucional - Poder Público - e no plano individual/coletivo, com a mudança de atitude social. É uma experiência singular aos magistrados participantes, pois éramos, todos, amigos da Viviane e estamos imbuídos da singela homenagem. Enfrentamos a dificuldade técnica e emocional de interpretar papéis de homens desequilibrados e agressores, algo alheio à nossa realidade e, ainda, diante da consternação pela perda recente de nossa querida amiga”, comentou o juiz Claudio Anuzza.


“É uma homenagem triste e que gostaríamos de não estar prestando. A peça tem a importância de alertar que lamentavelmente os casos de feminicídio ainda são muitos, crescem a cada dia, assim como os de violência doméstica. É uma triste realidade que estamos tentando combater. Apesar de tantas campanhas e alertas, os casos de feminicídio aumentam. A peça vem com um recado de que as mulheres devem, sim, denunciar os casos de violência. A EMERJ teve a sensibilidade de trabalhar esse assunto por meio da arte, o que foi algo diferente para nós juízes. Interpretando, sentimos quase que na pele o que as vítimas passam, o que nos fez ficar ainda mais sensíveis e empáticos com o assunto. Foi uma experiência muito enriquecedora”, explicou a juíza Rosana França.

08 de Março de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)