A Biblioteca TJERJ/EMERJ Desembargador José Carlos Barbosa Moreira, por meio da Comissão de Biblioteca e Cultura da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), promoveu, na última quinta-feira, dia 12, a estreia da 2ª temporada do programa Livro Aberto, com a leitura do conto “Senhor Diretor”.
O evento foi transmitido via plataformas Zoom e YouTube, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). A diretora do programa, Silvia Monte, abriu o encontro e apresentou as magistradas leitoras convidadas.
O programa Livro Aberto dá aos magistrados do Poder Judiciário e ao público a chance de se aprofundarem nas obras dos mais renomados contistas da literatura brasileira e estrangeira. Essa iniciativa tem o objetivo de divulgar a literatura, estimular a leitura e provocar a reflexão crítica. Nessa 2ª edição, a autora dos contos escolhida é a romancista e contista Lygia Fagundes Telles.
Participaram da leitura a desembargadora Ana Maria Oliveira e as juízas Alessandra Aleixo, Elizabeth Louro e Flávia de Castro. Coube a juíza Maria Aglaé Tedesco comandar a roda de conversa, tradicional nos encontros, dando a oportunidade aos inscritos pelo Zoom de participarem da discussão junto das magistradas.
“Senhor Diretor” narra a história da Maria Emília, paulista, 62 anos, professora aposentada e solteira, que para em uma banca de jornais para ler as manchetes e fica indignada por ver a representação de um casal em pose sensual. Com isso, é provocado nela o desejo de escrever uma carta ao “Senhor Diretor” para lhe contar sobre tudo que precisa ser colocado em ordem, pois vê a sociedade como pessoas sem valores. Tempos depois, Maria decide então experimentar novas experiências, sejam sexuais ou sociais.
Na abertura da roda de conversa, a desembargadora Ana Maria, que é presidente da Comissão de Biblioteca e Cultura, lembrou: “Nós somos leitoras, não especialistas. Com esses contos, buscamos o que podemos extrair para a nossa vida pessoal e também para a nossa carreira jurídica, no Direito”.
“Será que nós, trabalhando na Justiça, não estamos abertas para mudar esse panorama e fazer coisas diferentes? Será que reprimimos toda a sexualidade nas mulheres, ou mais ainda, a sua liberdade de ações? Precisamos manter isso por mais tempo?”, questionou a juíza Maria Aglaé Tedesco, fomentando a discussão.
A juíza Elizabeth Louro destacou os contrastes do texto, deixando claro a importância de se ater aos detalhes escondidos entrelinhas.
“O texto é muito tencionado pelos contrastes, especialmente pela ambivalência da protagonista. Os contrastes começam na primeira frase do conto, quando ela diz “seca no Nordeste; cheia na Amazônia”, e com isso você começa a perceber sobre secura e umidade, juventude e velhice. O que mais me impressionou foi a ambivalência da personagem, pois primeiro a temos como uma velha virgem e puritana, que está ali para criticar tudo e todos. Depois, começa a participar de reuniões feministas. Às vezes, era completamente conservadora, e em outras, começa a aceitar outras situações”, disse.
Para assistir à transmissão completa da leitura e roda de conversa, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=2DHHmVwit8Y&ab_channel=Emerjeventos
13 de agosto de 2021
Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)