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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



EMERJ celebra o centenário de Romy Medeiros, homenageia mulheres e lança o “Prêmio Romy Medeiros EMERJ”


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Mulheres do passado e do presente foram homenageadas na noite da última quarta-feira, dia 30, pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), no centenário de nascimento da jurista e feminista Romy Medeiros, com o Prêmio Mulheres Brasileiras. O evento foi realizado em formato híbrido e transmitido via Zoom e YouTube, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).


Na abertura da solenidade, a diretora-geral da EMERJ, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, anunciou um novo prêmio que será entregue anualmente pela Escola, a partir do ano que vem.


“Esse prêmio foi entregue de 1963 a 2009, Romy faleceu em 2013. Vejam, durante 46 anos o prêmio foi entregue, ajudando a incentivar e empoderar as mulheres. Romy Medeiros escolhia mulheres de áreas múltiplas, e agora a EMERJ está lançando um Prêmio Romy Medeiros. Daqui para frente, sempre no aniversário da Romy, no dia 30 de junho, seguindo uma tradição que ela inaugurou e tendo em vista a importância do papel da mulher na sociedade, e principalmente levando em conta que esse papel não está assegurado integralmente, entendemos que seria oportuno criar essa premiação”, disse a magistrada.


Além da tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), todos os participantes do evento fizeram uma autodescrição, seguindo a política de garantir acessibilidade da Escola.


O evento foi híbrido. Contou com a presença da filha de Romy Medeiros, desembargadora Myriam Medeiros, e da desembargadora Cristina Gaulia, no auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura, na EMERJ, seguindo todos os protocolos de segurança em função da pandemia da Covid-19. O advogado Arnoldo Medeiros, filho de Romy, que vive nos Estados Unidos, e as homenageadas participaram virtualmente.


“É muito gratificante constatar, na data de seu centenário, que o movimento de mulheres está em franca ascensão e que elas estão ocupando espaços cada vez maiores. Romy jamais pretendeu aparecer como uma pessoa de direita ou de esquerda, ela sempre dizia que o dia que tombasse para um lado, ou para o outro, ia acabar se desviando do propósito dela, que era lutar pela integração da mulher e pelo desenvolvimento sócio, político e econômico delas”, comentou a desembargadora Myriam Medeiros.


“Fico muito honrado e entusiasmado por essa inspirada iniciativa da EMERJ e por conhecer tantos talentos femininos, tantas histórias emocionantes. Tenho certeza que se minha mãe estivesse viva, ficaria profundamente feliz em compartilhar o momento com todas as presentes e homenageadas”, disse, emocionado, Arnoldo Medeiros.


Carioca e advogada, Romy Medeiros dedicou a maior parte de sua vida e carreira à causa feminista e aos direitos das mulheres. Em 1964, foi autora da revisão da situação da mulher casada no Código Civil Brasileiro, na qual foi permitido que a mulher trabalhasse, viajasse e decidisse sobre a educação dos filhos sem precisar da autorização do marido. Um avanço para a época. Romy era especialista em Direito da Família e foi conselheira do Conselho de Estado sobre os direitos das mulheres, líder da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de presidente da Conferência Nacional da Mulher Brasileira (CNMB). À frente do Conselho Nacional de Mulheres do Brasil, organização cultural não governamental, ela premiava as mulheres que se destacavam a cada ano.


Participaram da cerimônia e foram homenageadas as desembargadoras Daniela Brandão Ferreira e Ivone Ferreira Caetano; as juízas Maria Aglaé Tedesco Vilardo, Claudia Maria de Oliveira Motta, Adriana Ramos de Mello e Renata Gil de Alcântara Videira; a professora e escritora Amara Moira; a advogada Deborah Prates; a atriz e psicóloga Maria Paula Fidalgo; e a militante e ativista Vânia Rosa. As magistradas, em suas falas, também homenagearam célebres mulheres brasileiras do passado.


Confira abaixo o agradecimento de cada uma das homenageadas com o Prêmio Mulheres Brasileiras:


“Que alegria estar incluída nessa homenagem e também de ser aluna da EMERJ. É um orgulho muito grande pois sinto que a Escola é minha casa. É um lugar que abriu os braços para mim”, disse a advogada Deborah Prates.


“Quando recebi o convite, fiquei muito surpresa. Pensei que era muito nova para ganhar um prêmio desse, por mais que eu tenha feito e conquistado muitas coisas com a militância. Foi um choque, uma surpresa, mas também uma alegria e orgulho muito grande”, comentou a professora Amara Moira.


“Receber esse prêmio é uma honra. É impressionante a força da trajetória de todas as mulheres que estão presentes. Para cada mulher que passou por esse prêmio, no passado e hoje: somos todas a mesma mulher; o mesmo sangue”, disse a atriz e embaixadora da paz Maria Paula Fidalgo.


“Hoje, estou sentada juntamente com mulheres maravilhosas e incríveis, que quando eu estava na rua, com meu papelão, sonhava em estar em ocasiões parecidas. Em todos os sonhos que tive na rua, isso foi algo que ninguém nunca tirou de mim. Eu fechava os olhos e sonhava em estar em um momento de glória como o de hoje”, refletiu a ativista Vânia Rosa.


“Sinto-me muito agradecida por essa oportunidade e homenagem. Não me sinto merecedora, e sim devedora. Fico muito honrada e grata por estar aqui”, comentou a desembargadora Daniela Brandão Ferreira, que também homenageou a enfermeira Anna Nery (1814-1880).


“Fiquei muito emocionada. Acabei de ganhar o Oscar! O prêmio da Romy Medeiros é muito importante, ela mandou lá de cima para mim. Só consigo lembrar de um pedaço de uma poesia da Cecília Meireles, chamada reinvenção. Ela fala: “A vida só é possível reinventada”. Muito obrigada”, citou a juíza Maria Aglaé Tedesco, que também homenageou a Ialorixá Maria Nazaré, Mãe Menininha do Gantois(1894-1986).


“Mais uma vez a Escola me tirando da caixinha. Muito obrigada pela homenagem. De onde meu pai estiver, sei que deve estar muito orgulhoso”, disse, emocionada, a juíza Claudia Maria de Oliveira Motta, que homenageou a pintora Tarsila do Amaral (1886-1973).


“Foi um evento muito potente, no qual teremos que parar, agora, para relaxar e aproveitar todo esse período por termos tido mulheres tão importantes. Romy Medeiros com certeza estava aqui hoje, com muita felicidade por tudo o que aconteceu. É um prêmio lindo”, destacou a juíza Adriana Ramos de Mello, que homenageou a poeta Cecília Meireles (1901-1964).


“Temos que ouvir essas vozes e mudar a concepção de história. Estou surpresa e vou guardar com muito carinho, no fundo do meu coração, tudo que ouvi hoje nessa homenagem”, comemorou a juíza Renata Gil de Alcântara, que homenageou a atriz Ruth de Souza (1921-2019).


Para assistir à transmissão completa, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=LeOjp_WJtVg .





01 de julho de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)