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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“As vacinas que estão sendo aprovadas pela ANVISA protegerão, com certeza, casos graves de hospitalização”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, em programa de entrevistas da EMERJ


“As vacinas que estão sendo aprovadas pela ANVISA protegerão, com certeza, casos graves de hospitalização”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, em programa de entrevistas da EMERJ
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“O livro é um pássaro com mais de cem asas para voar”, disse a diretora-geral da Escola da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), desembargadora Cristina Tereza Gaulia, citando a frase do escritor Ramón Gómez de La Serna na abertura do “Sextas na EMERJ - Biblioteca”, espaço que integra um projeto de revitalização da Biblioteca da EMERJ. A transmissão do encontro - feito na Sala de Leitura dos Magistrados, na Biblioteca TJRJ/EMERJ Desembargador José Carlos Barbosa Moreira - foi via Instagram da Escola, seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19.


Nesta sexta-feira, dia 5, na inauguração do programa, a convidada foi a professora, pesquisadora, socióloga e presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, doutora em Sociologia e mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. A cada 15 dias, sempre às sextas-feiras, às 17h, magistrados do Poder Judiciário receberão personalidades da sociedade civil, das áreas da cultura, das ciências e das universidades, pessoas que fazem a diferença para a sociedade, por suas atitudes e atividade.


A palavra do encontro foi “Ciência”. Durante a entrevista, a pesquisadora Nísia Trindade abordou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e a falta de políticas públicas para combater a desigualdade social. A presidente da Fiocruz também falou sobre a importância do Judiciário abrir as portas para a Ciência. O assunto principal não poderia deixar de ser outro: a vacinação contra a Covid-19.


“No momento em que estamos, de uma doença que ainda estamos conhecendo, mas que nos casos graves provoca um número de mortes grande, a preocupação é muito grande. Os hospitais lotam e com isso vão faltar leitos não somente para coronavírus, mas para todas as outras necessidades. O primeiro objetivo de uma vacina, nesse contexto, é salvar vidas e evitar ao máximo as formas graves da doença. Por isso, a eficácia recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 50%, e que as vacinas sejam o mais próximo possível de 100% para casos graves. As vacinas que estão sendo aprovadas pela ANVISA protegerão, com certeza, casos graves e hospitalização”, disse. A pesquisadora completou, falando da vacina da Oxford/AstraZeneca: “O estágio atual da vacina é de que ela tem eficácia com uma dose. Essa eficácia se verifica pois trabalha com resposta celular. 76% de eficácia é algo excelente. Atualmente, para essa vacina, o prazo para a segunda dose é de três meses. Há estudos mostrando que nos países em que a escala da vacinação está sendo mais ampla, houve impacto nas hospitalizações e isso resulta nas quedas”.


Ao mesmo tempo que a população luta contra as ondas da doença, outra onda se mostra cada vez maior e mais forte: o negacionismo. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, comentou que há a necessidade de campanhas que esclareçam a população a respeito das vacinas.


“O maior problema é a desinformação. Há uma falta de confiança na capacidade de proteção social e nas medidas propostas. Há até mesmo desconfiança sobre a doença, se ela é realmente grave. Um argumento muito usado para enfraquecer a confiança nas vacinas é de que ela foi produzida em pouco tempo. O mais importante atualmente é esclarecer, com campanhas, sobre o que são as vacinas e dizer que elas foram feitas com conhecimentos anteriores, pois a doença é nova, mas as plataformas de produção de vacinas já vinham sendo utilizadas. Precisamos de campanhas de conscientização no Brasil. Saímos da Revolta das Vacinas em 1904 para uma grande adesão à vacina, que o símbolo maior é o Zé Gotinha. O programa de imunização no Brasil é um sucesso; tem tradição”, disse.


Algo que vem chamando a atenção nos noticiários nos últimos dias é a mutação do coronavírus. A pesquisadora explicou: “Mutações em doenças não é algo exclusivo da Covid-19, é algo muito comum na maioria dos vírus. O vírus da gripe tem várias mutações, mas não acompanhamos isso. Hoje, estamos acompanhando em tempo real a história natural do coronavírus. As mutações fazem parte e são esperadas, mas algumas são preocupantes, que causam um nível acelerado de infecções, algo que está acontecendo no Brasil. Quanto mais circular o vírus, mais teremos mutações. O fato de haver aglomerações, pessoas sem máscaras e o desrespeito ao distanciamento social favorece as variantes”.


O próximo programa será realizado no dia 12, também às 17h. Na ocasião, participarão a juíza Andréa Pachá, mestre em Direitos Humanos e Saúde Pública pela Fiocruz, e a redatora, relatora de conferências e integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB/RJ), Vilma Piedade, graduada em Letras e pós-graduada em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.


Conheça a Fiocruz:


A história da Fundação Oswaldo Cruz começou em 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, na Fazenda de Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro. Hoje, na Fundação Oswaldo Cruz são executados mais de mil projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, que produzem conhecimentos para o controle de doenças como Aids, malária, Chagas, tuberculose, hanseníase, sarampo, rubéola, esquistossomose, meningites e hepatites, além de outros temas ligados à saúde coletiva, entre os quais a violência e as mudanças climáticas, e à história da ciência.


A Fiocruz é a principal instituição não-universitária de formação e qualificação de recursos humanos para o SUS e para a área de ciência e tecnologia no Brasil. Possui 32 programas de pós-graduação stricto sensu em diversas áreas, uma escola de nível técnico e vários programas lato sensu. Promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico, ser um agente da cidadania. Estes são os conceitos que pautam a atuação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina.

Conheça o trabalho da Fiocruz no combate à Covid-19 no link https://portal.fiocruz.br/vacinascovid19.html




05 de Março de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)