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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“Adoção em pauta” reúne psicólogas e assistentes sociais na EMERJ


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“O objetivo deste evento é discutir sobre o trabalho da adoção e não necessariamente somente a respeito da adoção em si, mas de todo o trabalho que muitas vezes antecede a própria colocação da criança em uma adoção”, comentou a psicóloga Eliana Olinda Alves, doutora em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense, na abertura do evento desta segunda-feira, dia 24.


“Adoção em pauta”, promovido pelo Fórum Permanente da Criança, do Adolescente e da Justiça Terapêutica da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), foi realizado via plataformas Zoom e YouTube. O evento terá a segunda parte amanhã, dia 25, às 10h, nas mesmas plataformas. Neste primeiro encontro, o evento foi aberto pelo presidente do Fórum, juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza, titular da 4ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Tribunal do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), que apresentou os convidados para o debate.


Participaram do evento as psicólogas Tatiana Moreira, mestra em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Maria das Graças dos Santos Duarte, mestra em Psicologia Social pela UERJ; Érika Piedade, doutora em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense; e Patrícia Glicério Rodrigues Pinho, mestra em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Estado do Rio de Janeiro (PUC-RJ), além das assistentes sociais Mirian de Souza Silva, especialista em Políticas Sociais pela UERJ, e Carla Muniz de Castro Garcia, especialista em Violência Doméstica Contra Criança e Adolescente pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). A assistente social Marcelle Santos e a psicóloga Eliana Bayer Knopman, mestra em Psicologia Clínica pela PUC-RJ, foram as debatedoras.


A psicóloga Érika Piedade falou dos números de adoção durante o período de isolamento social na pandemia.


“No ano passado, principalmente nos meses de maior isolamento social no Rio de Janeiro, entre abril e junho, percebemos um aumento muito expressivo de mulheres grávidas que manifestaram o desejo de entrega dos seus bebês para adoção. Tínhamos, antes da pandemia, uma média de uma entrega por mês, e naqueles meses mais críticos do isolamento social, passamos a ter semanas com até oito entregas voluntárias para adoção. Eu fiquei extremamente impactada com o número expressivo. Conversando com essas mães, percebi que tinha muita influência com a vulnerabilidade social e econômica que estavam atravessando, e que isso também passava pela vulnerabilidade emocional, já que, diante da pandemia, as redes de contato e apoio que essas mulheres utilizavam para conseguir um suporte estavam muito frágeis. Elas se sentiam mais sozinhas ainda naquele momento”, disse.


Para responder ao tema “Habilitação para adoção na pandemia: é possível?”, a assistente social Mirian de Souza Silva explicou: “Enquanto assistente social de uma VIJI (Vara da Infância, da Juventude e do Idoso), digo que as ações de habilitação para adoção não são prioridades em uma pandemia, uma vez que a maior preocupação é destinar as ações judiciais onde a população por nós atendida se encontra em situação de risco, sejam crianças, adolescentes ou idosos, o que significa dizer que as ações requerem uma maior atenção e intervenção judicial mais imediata. Todavia, em decorrência de se concluir sobre a impossibilidade de reintegração familiar, seja ela nuclear ou extensa, a decisão judicial aponta então para colocação em família substituta, família esta que deve atender a realidade das crianças e adolescentes, que vêm de famílias empobrecidas, em sua grande maioria crianças negras, no sentido de garantir seus direitos básicos, através do cumprimento de seus deveres enquanto pais e responsáveis. No contexto pandêmico, o trabalho com essas famílias demanda intervenções ainda mais cautelosas, pois as famílias que estão se habilitando podem estar em níveis de ansiedade e estresse ainda maiores em decorrência desse mais de um ano de pandemia”.


Também foram temas de debates nesse primeiro encontro “O acolhimento institucional e as vicissitudes durante a pandemia: o trabalho com a reintegração familiar e a aproximação na adoção”, “Reintegração durante a pandemia”, Entrega legal para adoção”, “Projeto Busca das Origens CEVIJ e CEJAI” e “Busca das origens nas adoções nacionais: relato de experiência”.


Para se inscrever no segundo dia do evento, acesse: https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/eventos/eventos2021/webinar/Adocao-em-pauta.html
Para assistir à transmissão completa do primeiro dia, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=C_9S67GS34w


Fotos: Rosane Naylor

21 de maio de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)