Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“A tentativa de suicídio é a principal causa de atendimento em pronto socorro de criança e adolescente”, revela entrevistado do programa Sextas na EMERJ


clique na imagem para ampliar


Na tarde da última sexta-feira, dia 24, ocorreu o programa Sextas na EMERJ – Biblioteca – A Palavra É. A apresentadora dessa edição foi a desembargadora Ana Maria Pereira de Oliveira, presidente da Comissão de Biblioteca e Cultura da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), e o entrevistado foi o médico e psicanalista Ricardo Krause.


Essa é uma iniciativa produzida pela Biblioteca TJERJ/EMERJ Desembargador José Carlos Barbosa Moreira, em que um magistrado do TJRJ entrevista uma personalidade da sociedade civil, e ocorre quinzenalmente. Com a palavra-chave “suicídio”, essa edição do programa ocorreu pelo Instagram da Escola, @emerjoficial, e teve mais de 500 espectadores.


Ricardo Krause é especialista em Psiquiatria da Infância e Adolescência pela Associação Brasileira de Psiquiatria, além de ser membro da Associação Americana de Psiquiatria da Infância e da Adolescência e da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência. Foi presidente da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (ABENEPI) do Rio de Janeiro.


Ao iniciar programa, a desembargadora Ana Maria de Oliveira questionou por que se deve falar sobre suicídio. Krause disse: “A sociedade prioriza o sucesso e os vencedores. As redes sociais são espaços de demonstração de sucesso, beleza e de que somos felizes o tempo todo. A pessoa que sofre é vista como perdedor, portanto, ela é alguém que não combina com todo esse sucesso”.


Em seguida, o psicanalista tratou da importância de pedir ajuda: “A pessoa que sofre em silêncio não evidencia o seu sofrimento, e quanto maior é o silêncio, menos possibilidade de ajuda essa pessoa tem. Ficar escondido ou fingir que isso não está acontecendo não ajuda em nada. Quando falamos sobre isso, as pessoas começam a prestar atenção e podem no mínimo tomar medidas práticas que fazem diferença”.


A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) era um dos três principais focos de incidência de suicídio no Rio de Janeiro, esses casos diminuíram quando a Universidade colocou redes de proteção em todo o prédio.


A presidente da Comissão de Biblioteca e Cultura, Ana Maria de Oliveira, perguntou o que fazer quando se desconfia que uma pessoa próxima esteja com depressão.


“Existe três pensamentos clássicos da depressão: visão negativa de si, visão negativa do mundo e visão negativa do futuro. A primeira coisa para ajudar é falar sobre o assunto e se disponibilizar para ajudar de uma maneira não invasiva ou acusatória, porque muitas vezes as pessoas falam acusando a pessoa de estar mal ou vêm com frases como: “Você é tão bonita” ou “Você tem tudo que precisa”, mas se isso fosse o suficiente ela não estaria assim. Quando alguém fala isso, parece que a pessoa está assim de propósito”, respondeu o convidado.


O psiquiatra revelou também uma de suas preocupações quanto a esse tema: “O que nos preocupa muito é outra modalidade de suicídio, o suicídio impulsivo, que não está tão claro na cabeça das pessoas e elas têm condutas para-suicidas. São pessoas que fazem brincadeiras francamente arriscadas, como pular de uma janela para outra em um andar alto, brincar de se enforcar ou andar num parapeito alcoolizado”, afirmou Ricardo Krause.


O médico divulgou um dos seus projetos para reduzir o número de suicídios entre crianças e adolescentes. O projeto consiste em disponibilizar estudantes de psicologia ou psicólogos para atender e acompanhar esses jovens quando entrarem no pronto socorro. Todas as crianças e adolescentes responderão a um questionário de intenção de suicídio. “A tentativa de suicídio é a principal causa de atendimento em pronto socorro de criança e adolescente e a segunda causa-morte”, alertou o médico.


Para assistir o Sextas na EMERJ na íntegra, acesse: https://www.instagram.com/tv/CUN_feTFZxT/?utm_medium=copy_link


Como procurar ajuda


Há, no Brasil, a associação civil Centro de Valorização da Vida (CVV), fundada em São Paulo, sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública federal. O Centro presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo (Ligue 188).


Essa instituição é associada ao Befrienders Worldwide, que congrega entidades congêneres de todo o mundo e participou da força tarefa que elaborou a Política Nacional de Prevenção do Suicídio, do Ministério da Saúde, com quem mantém um termo de cooperação para a implantação de uma linha gratuita nacional de prevenção ao suicídio.


Para conhecer a instituição e seus canais de contato, acesse: https://www.cvv.org.br/






27 de setembro de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)