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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



A 9ª edição do “Sextas na EMERJ” recebeu a atriz e professora Vilma Melo


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“É um prazer receber uma atriz e professora fantástica, que seguramente nos trará algo muito especial a respeito do cinema, palavra do nosso encontro. A Vilma é um orgulho para nós”, disse o juiz André Nicolitt, presidente do Fórum Permanente de Direitos e Relações Raciais da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), na abertura do “Sextas na EMERJ - Biblioteca”, da última sexta-feira, dia 25. O evento foi transmitido via Instagram da EMERJ, com tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).


A convidada para o encontro foi a professora e atriz Vilma Melo, primeira atriz negra a ganhar o Prêmio Shell na categoria de melhor atriz, em 2017. “Poder falar e, melhor ainda, falar sobre o nosso trabalho, a nossa forma de viver e a nossa sobrevivência, é muito importante. Muitas pessoas não têm ideia de como é a profissão e está querendo se arriscar nela, achando que é tudo fabuloso”, destacou Vilma.


No evento, a atriz falou do prêmio recebido. Com pesar, lamentou o fato de ter sido a primeira pessoa negra a ganhar o prêmio após 29 edições.


“O Prêmio Shell é o nosso Oscar. Se me sinto extremamente feliz por ter recebido a premiação, também fico triste em pensar que em 29 anos de Prêmio, 29 edições, nenhuma pessoa negra tenha sido premiada nas categorias de direção e ator. É um absurdo. Se pensarmos em estrutura de sociedade, nós representamos mais de 50% da população nacional e demoramos anos para ser premiados”, afirmou.


Na 31ª edição do Prêmio Shell, o diretor André Lemos, foi o primeiro diretor negro a ser premiado na categoria. Vilma Melo, que estava apresentando a cerimônia, afirmou ter se emocionado duplamente.


“André Lemos, premiado anos depois na categoria de direção, foi meu aluno. Para mim, foi uma felicidade dupla. Como professora, fiquei muito feliz, pois quando temos um aluno negro, a sensação é de que ele nunca vai conseguir ocupar o mesmo espaço que o colega branco e loiro”.


“Nós, negros, que terminamos uma faculdade, temos preocupações durante o curso. Quando chegamos em uma prova oral, por exemplo, ficamos imaginando ‘E se o examinador for racista?’. Já tive colegas que ficavam com receio disso”, refletiu o juiz André Nicolitt ao falar do preconceito vivido durante os tempos de universidade.


A atriz Vilma Melo durante o evento falou de cada passo de sua carreira. Em determinado momento, falou dos papéis oferecidos nas produções, personagens que ficam em segundo plano, sendo empregados de patrões.


“Precisamos confiar no lugar que a vida nos leva. Recusar algo no audiovisual, por não achar pertinente pois não precisamos dizer ‘sim’ para tudo, não significa que estou abandonando o trabalho, e sim que estou começando a entender que naqueles papéis não devem ter mais negros, para trocarmos a lógica. O audiovisual entra na casa das pessoas em diversas plataformas. Precisamos ter cuidado com qual mensagem estamos passando para o telespectador. Temos que lutar para que a ótica mude nos papéis”, afirmou a atriz.


Para assistir à transmissão completa, acesse:

https://www.instagram.com/tv/CQjsoZTFFA3/?utm_source=ig_web_copy_link



28 de junho de 2021


Departamento de Comunicação Institucional (DECOM)