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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Especialistas debatem os desafios para a solução dos conflitos em tempos de pandemia


Palestrantes abordam a vulnerabilidade das mulheres em tempos de pandemia
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O Fórum Permanente de Biodireito, Bioética e Gerontologia da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu, nesta quarta-feira, 24, o webinar “Bioética Feminista: vulnerabilidades na pandemia”. O encontro foi realizado na plataforma Zoom e também teve transmissão pelo YouTube.


Participaram do evento a psicóloga e pesquisadora Luciana Brito; a bioeticista e psicanalista Marlene Braz; e a presidente do Fórum, juíza Maria Aglaé Tedesco Vilardo, que comentou: “Todas as pessoas que acompanham os nossos eventos percebem que eu me apresento como juíza de Direito feminista, pois precisamos sempre defender e fazer valer os direitos das mulheres. É um tema que deve ser tratado por um longo período, dado o momento que vivemos”.


Iniciando a palestra, a psicóloga Luciana Brito chamou a atenção para o acesso à saúde pública, lembrando que o país já passou por outra situação de emergência pública.


“Parece que aprendemos pouco com exemplos anteriores que aconteceram no Brasil. Algo que afetou muito a saúde pública e principalmente as mulheres foi a epidemia do Zika Vírus, que também foi considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma situação de emergência pública de importância internacional. Durante um tempo, foi o assunto principal na mídia e impactou mulheres em idade reprodutiva, mas não foi um impacto igualitário. Quando falamos sobre mulheres, não estamos falando somente da mulher branca, de elite e que não representa a maior parte da população, mas também das mulheres que mais precisam do apoio das políticas públicas nesses momentos. São mulheres invisibilizadas pelas políticas no Brasil, de periferias das grandes cidades, em locais com pouco saneamento básico. No Rio de Janeiro, são as que moram em comunidades”, comentou, explicando sobre a dificuldade de conseguir um bom tratamento. Após cinco anos desde o surgimento no Brasil, as consequências da epidemia seguem sendo sentidas por muitas mães, já que a doença resultou em microcefalia e outras alterações nos bebês, afetando o seu crescimento.


Na ausência de uma vacina ou de um medicamento comprovadamente eficaz na luta contra a Covid-19, a melhor forma de prevenção é o isolamento social. Por outro lado, a busca pela segurança resultou em dados alarmantes: o aumento da violência doméstica contra mulheres e crianças. A psicanalista Marlene Braz falou sobre o assunto.


“Sabemos que houve um aumento nos registros de casos de violência doméstica. Quando o lockdown terminou, na China, 17% dos casais pediram divórcio quando os cartórios e juizados foram reabertos. No Brasil, Instituições de proteção a mulheres, crianças e adolescentes também denunciam o crescimento dos casos. Com o distanciamento social, fica mais difícil para as mulheres e os filhos pedirem qualquer tipo de ajuda. A residência, que deveria ser um local de segurança, se tornou o lugar onde o abuso e a violência mais estão presentes”, disse.


A transmissão do webinar pode ser acessada pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=rqWQvHLNWAA



24 de junho de 2020