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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



“O que o mundo do Direito mais sofre é o insumo que a tecnologia mais gosta: o volume de dados”, diz magistrado em evento da EMERJ


“O que o mundo do Direito mais sofre é o insumo que a tecnologia mais gosta: o volume de dados”, diz magistrado em evento da EMERJ
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O Fórum Permanente de Métodos Adequados de Resolução de Conflitos da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu, nesta quinta-feira, dia 10, o webinar “Tecnologia e Direito no Século XXI”, via plataforma Zoom.

Participaram do encontro o presidente do Fórum, desembargador César Felipe Cury; o professor e advogado Nilton César Flores; o diretor acadêmico do Instituto de Direito e Inteligência Artificial (IDEIA), professor Dierle José Coelho Nunes; e o juiz Antonio Aurélio Abi Ramia Duarte, que comentou na abertura do evento:


“Precisamos do recurso e do uso dos avanços tecnológicos. Estamos usando bastante a tecnologia em 2020, pois, assim como um texto do El País disse, “a Covid-19 foi um grande acelerador do futuro”. A pandemia fez com que a tecnologia fosse muito mais utilizada”, disse.


Em sua apresentação, o advogado Nilton César afirmou que o avanço tecnológico não pode ser visto com desconfiança, e sim requer a adaptação de todos.


“Não podemos trabalhar com a desconfiança ante a revolução tecnológica. Não podemos partir da ideia de que o paradigma tecnológico aplicado ao direito será um entrave, muito pelo contrário, precisamos nos associar e buscar o que ele tem de melhor, mantendo o que nós, humanos, temos de melhor: capacidade, percepção e empatia. Podemos unir as duas realidades, na base de dados, pois quem alimenta esses dados são os humanos. É importante não cairmos no erro de ter uma máquina eficaz, com as maiores notas de avaliação, mas que os fins não justificam os meios”.


O professor Dierle Nunes completou a afirmação:


“Temos que começar a usar todo o aparato tecnológico, tomando os devidos cuidados com os riscos e não acreditando que ele seja uma panaceia, pois não é, mas pode nos auxiliar e resolver as etapas de automação para dimensionar de um modo mais adequado os conflitos. Não tenho dúvidas disso”.


O presidente do Fórum, desembargador César Cury, lembrou que uma das coisas que mais pesam nos tribunais é o volume de dados, algo no qual a tecnologia se encaixa. O magistrado ressaltou que Tecnologia e Direito podem trabalhar bem juntos.


“Penso que a automação pode prestar grandes serviços ao Judiciário, auxiliando os tribunais e juízes. Tendo um sistema com uma boa capacidade de associação, há um feliz encontro entre Tecnologia e Direito. O que o mundo do Direito mais sofre é o insumo que a tecnologia mais gosta: o volume de dados. A tecnologia precisa de volume de dados, pois sem isso ela não é nada. Esse namoro vai resultar em casamento, e será feliz. A tecnologia será capaz de absorver os problemas dos tribunais, que estão com um fluxo muito grande de dados, e a partir deles, estabelecendo associação, apresentar uma série impensável de resultados que uma boa elaboração algorítmica, originária de uma tecnologia, pode proporcionar. Não tenho dúvida de que teremos, daqui a alguns anos, uma padronização de palavras chaves ou classificação para uma melhor identificação pelo sistema, facilitando o encontro de resultados”, disse.


A transmissão do evento pode ser acessada pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=ebYo0Ig_jJs&ab_channel=Emerjeventos


08 de setembro de 2020