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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Maio Laranja. No mês da campanha de combate ao abuso de crianças e adolescentes, EMERJ realiza webinar


Maio Laranja. No mês da campanha de combate ao abuso de crianças e adolescentes, EMERJ realiza webinar
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O Fórum Permanente da Criança, do Adolescente e da Justiça Terapêutica da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) realizou, nesta sexta-feira, 29, o webinar “Debate virtual sobre a violência contra criança”. Maio Laranja. No mês da campanha de combate ao abuso de crianças e adolescentes, a EMERJ propôs a reflexão e discussão do assunto. A Escola reuniu um time de especialistas para debater esse delicado e importante tema.


Participaram do encontro o presidente do Fórum, juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza; a delegada Paula Mary Reis; a psicóloga Eliana Olinda, mediadora dos debates; e o psicólogo André Rangel, que destacou, em sua fala a importância de, após o acolhimento de uma criança vítima de violência, deixá-la confortável e segura no local do acolhimento.


“É uma grande satisfação estar aqui, iniciando mais um evento do nosso Fórum, mas, desta vez, com inovações, pois estamos nos adaptando às limitações, o que nos obriga a ser criativos. Hoje é o primeiro evento do Fórum realizado de forma virtual; então é um aprendizado para todos nós, e é bom aprender isso ao lado de pessoas tão valorosas, que farão do evento algo muito bom”, comentou o presidente do Fórum, juiz Sérgio Ribeiro, na abertura do encontro.


A delegada Paula Reis falou sobre o aumento na violência contra crianças durante o período de distanciamento social, em que grande parte da população está em casa.


“Temos percebido que os números da violência doméstica como um todo aumentaram absurdamente neste período de confinamento. Embora alguns dados ainda estejam sendo compilados, já há registros de pelo menos 50% a 70% no aumento de denúncias relacionadas a crimes de violência sexual contra crianças. Existe uma instituição no Rio de Janeiro que cuida e acolhe crianças vítimas de violência, o “Instituto é Possível Sonhar”, que, durante a pandemia e distanciamento social, teve um aumento na procura de 1500%; é algo assustador. Ainda trabalhamos com uma triste realidade, que é a subnotificação, pois seja ou não no período de quarentena, uma minoria de pessoas registra ocorrência e procura autoridades policiais para acompanhar o caso; então, ainda há quem não denuncie”, disse.


Mas e agora? As crianças estão mais seguras por estarem dentro de casa com familiares? Segundo a delegada, não. Paula Reis comentou que, agora, o perigo é ainda maior, pois os abusadores procuram um meio de ter contato com a criança: a internet. Disse, ainda, que o violentador pode ser tanto homem quanto mulher, o que dificulta que se faça um perfil desse agressor.


“Não tem como traçar um perfil exato de quem comete a violência. Há pessoas de todas as idades, religiões e classes sociais, e eu digo pessoas pois o violentador pode ser homem ou mulher. Pensam que o violentador é sempre homem, mas temos casos de mulheres que abusam sexualmente de crianças, inclusive mães, pelas finalidades mais diversas. Alguns pais e responsáveis pensam que os filhos nunca estiveram tão seguros como agora, pois estão dentro de casa; porém, o abusador sempre estará onde há crianças, e no momento que estamos vivendo elas estão na internet, seja falando com amigos, estudando ou jogando algo. O perigo aumentou bastante, tem casos envolvendo plataforma de jogos, onde há uma aproximação com as crianças para, dali, migrar para outra plataforma e aplicativos”.



29 de maio de 2020