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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Live debate o presente e o futuro do Judiciário e da mediação com as novas tecnologias


Live debate o presente e o futuro do Judiciário e da mediação com as novas tecnologias
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A live "Bate-papo com o Diretor" desta semana debateu o tema "Tecnologia e Mediação em Tempos de Pandemia". O desembargador César Cury, presidente do Fórum Permanente de Práticas Restaurativas e Mediação da EMERJ e do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (NUPEMEC), foi o convidado do desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade, diretor-geral da Escola, nesta quarta-feira, dia 27 de maio.


"Eu sou um grande fã da internet, por ser um instrumento democrático. E estes tempos de pandemia estão trazendo a oportunidade de investirmos ainda mais em tecnologia, no ensino a distância e na comunicação remota. Agora vamos incorporar de vez essas ferramentas no nosso cotidiano. Na EMERJ, quando acabar a pandemia, vamos conviver com essas tecnologias ao lado das atividades presenciais. Não vamos voltar ao antigo normal. Esse será o novo normal", destacou o diretor-geral da Escola ao iniciar o encontro on-line.


"Este momento, agora, de distanciamento individual faz com que nós busquemos alternativas. E as tecnologias passam a ser o nosso mediador de atividades, principalmente profissionais e sociais. A experiência é boa e vai ser incorporada na nossa rotina. E isso é um fenômeno mundial", pontuou o desembargador Cury.


"Onde tem crise, tem oportunidade, tem algo bom a surgir. Essa é a visão do mediador", afirmou César Cury ao explicar a mediação. "No Judiciário, a parte entrega o fato ao advogado, que entrega ao juiz, e o juiz devolve com a sua decisão. Então, a responsabilidade das partes é dividida com o advogado, que a divide com o juiz. Já na mediação, a responsabilidade é toda das partes", acrescentou.


"Num momento da sociedade em que nós estamos aspirando a ultrapassar a fase da concorrência para a cooperação, para o compartilhamento, me parece que há uma porta de esperança para que a sociedade recupere um pouco da coesão social e o Judiciário pode contribuir com isso fomentando, estimulando, a recuperação da responsabilidade pelas partes, protagonistas do Direito, protagonistas da controvérsia, para serem também protagonistas da solução", destacou o desembargador César Cury.


Sobre o futuro da tecnologia, o desembargador Cury destacou: "A tecnologia e a mediação dialogam muito bem e estão caminhando juntas na construção de sistemas que facilitem o tratamento e a solução de determinados tipos de conflito. Minha perspectiva é de que em muito pouco tempo a Justiça será completamente diferente do que nós vemos hoje. Para começar, talvez não tenhamos o conceito de Justiça como um lugar físico, ou seja, a nossa referência deixa de ser o Fórum e passa a ser virtual. Deixa de ser um lugar e passa a ser um serviço disponível em ambiente virtual".


Ao responder a pergunta do desembargador André Andrade sobre o futuro dos magistrados, César Cury afirmou: "Oitenta por cento do nosso trabalho vai ser feito por sistemas inteligentes".


Para quem tem interesse em ser mediador ou se informar mais sobre a mediação, os desembargadores falaram sobre os cursos oferecidos no Rio de Janeiro. Os cursos da EMERJ foram citados como referência, e a previsão para uma nova turma é para o segundo semestre deste ano. Sobre a literatura indicada, foram sugeridas as obras: "Como Chegar ao Sim", de William Cury; "Caixas de Ferramentas da Mediação", de Tania Almeida; e "Lei de Mediação Comentada Artigo por Artigo", organizado por César Felipe Cury.


Assista a live completa em https://www.youtube.com/watch?v=MR-A0nBGFvs



28 de maio de 2020