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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Evento virtual reflete sobre religião e história


Evento virtual reflete sobre religião e história
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“É um Fórum que tem realizado vários eventos para debater sobre temas diversos da História, o que acho muito importante, pois quem não conhece a História está condenado a repeti-la. É essencial sabermos a história do nosso país e também do mundo, para tirarmos lições disso”, comentou o diretor-geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade, na abertura do webinar “História do combate à intolerância religiosa no Brasil”, promovido na última segunda-feira, 29, pelo Fórum Permanente de História do Direito.


Também participaram do encontro o presidente do Fórum, juiz Carlos Gustavo Vianna Direito; os professores Fábio Py e babalawo Ivanir dos Santos; e o delegado Gilbert Stivanello.


“A intolerância religiosa passa a ganhar um outro contorno que tem a ver justamente com a democracia e a manutenção do estado laico. Essa intolerância, que tinha um cunho de perseguição aos cultos afro, passou a ser muito mais larga. Ela atinge os católicos, assim como os budistas, e até outros grupos que não possuem uma identidade. É algo muito grave para a sociedade brasileira”, comentou o professor babalawo Ivanir dos Santos.


Fábio Py falou sobre o fundamentalismo religioso ser uma tecnologia. O professor explicou a colocação: “Minha tese é que o fundamentalismo não é só uma etapa, e sim uma tecnologia. Ela é realizada o tempo todo buscando redimensionar a fé. Essa tecnologia seria uma forma de instrumentalizar e dinamizar os processos em termos de instituição. Quando digo que o fundamentalismo é uma tecnologia sociorreligiosa, quero dizer que as causas missionárias e as agendas protestantes estão preocupadas em redinamizar internamente, além de reajustar as bases sociais a partir dele. Fundamentalismo seria uma forma de exercer poder”.


O delegado Gilbert Stivenallo apontou locais onde a intolerância se faz presente. Em sua fala, comentou que nas redes sociais as atitudes começaram a ser desmotivadas.


“A vizinhança é um ambiente muito comum de barulho. Muitas vezes, a pessoa que é totalmente intolerante ao som do culto, não demonstra nenhuma intolerância à boate que funciona na mesma rua, ou a um sino perto de casa. Nós identificamos isso. Algo muito comum são as mídias sociais, e temos trabalhado muito nessa questão. Estamos buscando a identificação dos autores de intolerância e conseguimos bastante êxito com a quebra de dados. Acreditamos que estamos fazendo bem o nosso trabalho quando observamos, em grupos, pessoas chamando a atenção para a atitude do outro, lembrando que pode resultar em prisão”, disse.


O evento foi realizado na plataforma Zoom e também teve transmissão pelo YouTube, que pode ser acessada pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=qKgYs6Uy_w4



30 de junho de 2020