“Estamos comemorando um ano da Patrulha Maria da Penha, que vem desenvolvendo um trabalho muito importante e fundamental na ação de repressão e também de prevenção da violência doméstica contra a mulher. É um trabalho pioneiro, que começou aqui no Rio de Janeiro, atuando em todos os municípios, com todas as comarcas. Precisamos enfrentar esse problema, que é muito sério, não só no Rio de Janeiro, mas em todo o Brasil, que é a violência contra a mulher”, disse o diretor-geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), desembargador André Andrade, na abertura do evento comemorativo “1 ano da Patrulha Maria da Penha e seus resultados”, promovido pelo Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero, da EMERJ, nesta terça-feira, dia 25.
“Toda mulher tem que ter direito à justiça, educação, de falar e ser ouvida, e à saúde. Mas, para mim, toda mulher do Brasil também precisa ter direito a uma Patrulha Maria da Penha igual a do Rio de Janeiro”, disse a presidente do Fórum, juíza Adriana Ramos de Mello.
Também participaram do encontro a vice-presidente do Fórum, juíza Katerine Jatahy Kitsos Nygaard; o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo de Lacerda; o coordenador de assuntos estratégicos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), coronel Max William Coelho Moreira de Oliveira; as juízas Luciana Fiala de Siqueira Carvalho, Elen de Freitas Barbosa, Juliana Cardoso e Leidejane Chieza Gomes da Silva; a procuradora de Justiça Carla Araújo; a promotora de Justiça Lucia Iloísio; a defensora pública Vanessa Gaio; a diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher (DGPAM), delegada Sandra Maria Pinheiro Ornellas; a secretária interina de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, Cristiane Lamarão; e a presidente do Conselho Estadual dos Direito das Mulheres (CEDIM), Helena Piragibe.
O coronel Rogério Lacerda falou a respeito da polícia no Rio de Janeiro, destacando o trabalho que está sendo realizado. Em sua fala, comentou a necessidade de se dar visibilidade à atividade para servir de exemplo.
“A missão da Polícia Militar é a prevenção; então, buscamos ter policiais capacitados em todas as unidades. O tema está sempre sendo divulgado dentro da instituição; nossos policiais estão entendendo nossoS objetivos, aonde queremos chegar. Almejamos ser referência em todo o país e temos que buscar prêmios nacionais e internacionais para que o nosso esforço seja visto e usado como exemplo”, disse.
Complementando a fala do coronel Rogério Lacerda, a delegada Sandra Ornellas comentou a mudança de pensamento dos policiais militares ao se depararem com a realidade das mulheres vítimas de violência.
“Ocorre uma mudança quando falamos de violência doméstica. O policial que se envolve verdadeiramente com um processo de prevenção, tendo contato com as vítimas e vendo a verdade que existe ali, ele muda. Já vi muitos policiais que mudaram, e isso é bom, pois, quando conseguimos mudar pessoas, mudamos a instituição como um todo”, afirmou.
O coronel Max William apresentou dados atualizados de 2020 a respeito do atendimento da Patrulha Maria da Penha no estado do Rio de Janeiro.
“Foram 23.109 fiscalizações de medidas protetivas de urgência; 4.480 visitas de acompanhamento, além das visitas domiciliares e da assistência à mulher vítima; 1.846 ações sociais, como campanhas, doações e eventos; 11.382 mulheres atendidas; 8.688 mulheres inseridas no programa; e 190 prisões de autores de violência contra a mulher”.
O evento, que marcou a 86ª reunião do Fórum, foi realizado na plataforma Zoom e transmitido também no YouTube, sendo possível acessá-la pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=8J5CinrfeHY
25 de agosto de 2020