Fechar

Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



"Bate-Papo com o Diretor" trata dos direitos da população LGBTI+


“Bate-Papo com o Diretor” trata dos direitos da população LGBTI+
clique na imagem para ampliar

"Os seres humanos não são uma equação matemática perfeita, logo, as identidades podem ser plurais". A partir dessa convicção, a professora e advogada Giowana Cambrone conversou com o desembargador André Andrade na live desta quinta-feira, 25 de junho. O "Bate-Papo com o Diretor" tratou do tema "O Movimento LGBTI+: A Busca por Respeito e Inclusão Social".


Ao falar sobre a luta pelo respeito e pela igualdade de direitos da comunidade LGBTI+, o desembargador afirmou: "Esse é um problema da humanidade e temos que reconhecer que pessoas que integram grupos vulneráveis têm que ter seus direitos reconhecidos, têm que ter direito ao respeito, à inclusão social."


Giowana Cambrone esclareceu a diferença entre orientação sexual e identidade de gênero: "As orientações sexuais, dentro da diversidade sexual, são aquelas identidades que se referem ao afeto, ao desejo sexual. Já as identidades de gênero dizem respeito a como você se identifica, com qual gênero você se identifica."


Sobre as identidades de gênero representadas pela sigla LGBTI+, a professora destacou: "Eu acredito que quanto mais nós individualizarmos e identificarmos essas identidades múltiplas, que não se esgotam, a tendência é aumentar as identidades. O Estado do Nova Iorque, por exemplo, reconhece oficialmente 53 identidades dentro dessa diversidade sexual".


"O Brasil é o país que mais mata travestis e homossexuais no mundo. Metade dos homicídios de pessoas trans no mundo todo acontece aqui, e, por outro lado, o Brasil é onde há o maior consumo de pornografia envolvendo pessoas trans. Ao mesmo tempo que se mata, se objetifica ao ponto de ser algo de desejo”, ressaltou Giowana Cambrone. Ela ainda acrescentou: "Os homicídios de pessoas trans não são simples, têm requintes de crueldade, são crimes de ódio".


Tanto para a professora como para o desembargador, a educação é o caminho para mudar esse quadro. "É preciso uma mudança na sociedade. As práticas de violência acontecem porque a sociedade não está preparada para conviver com a diversidade. Enquanto não adotarmos uma política educacional que fale sobre essa diversidade, enquanto não pautarmos isso como uma mudança cultural que precisa acontecer, vamos ter cenas de violência”, disse Giowana.


"Em momento algum a luta é por privilégio. A luta é por ser tratado de maneira igualitária na sociedade", concluiu a advogada.



26 de junho de 2020