Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
O Fórum Permanente de Mídia e Liberdade de Expressão da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu, nesta terça-feira, dia 17, o webinar “O direito de pensar: uma viagem radiofônica ao Julgamento do Macaco”. O evento marca a 24ª reunião do Fórum e a criação do podcast “O direito de pensar”.
Participaram do evento o diretor-geral da EMERJ e presidente do Fórum, desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade; a diretora de teatro, idealizadora, autora, diretora e produtora do podcast “O direito de pensar”, Silvia Monte; os advogados Geraldo Prado e José Roberto de Castro Neves; e o juiz Renato Lima Charnaux Sertã. Os convidados discutiram os temas “Uma alegoria sobre a liberdade de expressão”; “Um audiograma ficcional baseado em fatos históricos”; “Fundamento da democracia”; “Arte e Direito entrelaçados”; e “Avanços e retrocessos”.
Na abertura do evento, o diretor-geral da EMERJ e presidente do Fórum, desembargador André Andrade, comentou: “É um evento muito especial e que não trata exclusivamente de um tema jurídico. Um dos papéis que a EMERJ tem que cumprir é o de disseminar cultura em geral, não apenas a jurídica”. O magistrado completou a fala, abordando a liberdade de expressão nos dias atuais.
“Na época do julgamento do macaco, discutíamos a respeito da liberdade de expressão, a relação com a religião e a importância da ciência. Hoje, ainda discutindo os mesmos temas. Estamos aqui lutando para entender a liberdade de expressão em um tempo em que pessoas que a buscavam e eram aliadas atacam essa liberdade. Os grupos discordantes se digladiam e querem calar opiniões contrárias, não se dando conta de que a ideia da liberdade de expressão é justamente tolerar as ideias que nos incomodam”, disse.
A idealizadora e diretora do podcast “O direito de pensar”, Silvia Monte, falou a respeito do período de pandemia que atinge todo o mundo. Em sua fala, lembrou que em decorrência dos riscos e das medidas de segurança adotadas, eventos culturais não podem ser realizados presencialmente, para evitar aglomeração. Como suprir isso? Ela respondeu:
“Diante dessa realidade, “O que fazer?” era a pergunta que todos fazíamos, cada um dentro do próprio espaço. Responsável pelo desenvolvimento dos programas culturais na EMERJ, todos presenciais, só tive uma certeza: tudo que havia planejado para 2020 não poderia ser realizado. O projeto original de produzir a tradicional ‘Leitura Dramatizada’, com magistrados, juízes e outros operadores do Direito, que ocorre desde 1999, estava inviabilizado. Com isso, pensei em uma alternativa que pudesse contribuir com a produção de um programa artístico, desenvolvido com os magistrados e realizado pela EMERJ de forma totalmente remota”.
Dois episódios já estão disponíveis nos agregadores de podcast no link https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/podcasts/podcasts.html
Ao falar sobre democracia, o advogado Geraldo Prado chamou a atenção:
“Evoluímos, nos tornamos pessoas melhores convivendo com pessoas diferentes de nós, enxergando o mundo pelos olhos delas. O fato é que, nessa caminhada, passamos a construir muros e estabelecer situações de desigualdade. Não somente econômica - embora seja sua face mais visível -, mas também de sexualidade e crença”.
“A cultura é fundamental para a aplicação de qualquer atividade humana. Tenho muita dificuldade de ver como um profissional do Direito pode realizar sua atividade sem cultura. Não consigo ver como pode ser um bom profissional, correto, com empatia e com senso de justiça sem estar municiado com valores culturais”, comentou o advogado José Roberto de Castro Neves.
Acesse a transmissão completa do evento pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=CWOkeLzLx_k&ab_channel=Emerjeventos
17 de novembro de 2020
