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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Roma Antiga e termo “Androgynem” são temas de debate na EMERJ


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O Fórum Permanente de História do Direito da EMERJ realizou, nesta quarta-feira, dia 30 de outubro, o evento “Androgynem: quando o discurso público re-configura a construção do feminino”, no auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura.

“O tema remete à história de uma romana que, supostamente acusada de um crime, preferiu se defender sozinha perante os tribunais. Era uma situação inusitada para a Roma, pois a defesa pessoal era algo desaconselhado, ainda mais para uma mulher em uma sociedade patriarcalista. Esse drama implica em várias situações das mulheres na antiguidade, juridicamente e antropologicamente”, disse o vice-presidente do Fórum, juiz João Marcos de Castello Branco Fontinato, na abertura do evento.

A professora Katia Teonia foi a primeira a palestrar. Em sua fala, explicou sobre a origem do termo:

“É um termo de origem grega, do qual os latinos se apropriaram. Ele vem do termo ‘andrognus’, um substantivo masculino, e logo foi criado na versão feminina, que é traduzido pela maior parte dos dicionários como ‘uma mulher com coragem de um homem’. É algo que vai agregar características anatômicas dessa mulher com características morais de um homem”, explicou.

Sobre o evento, comentou: “A ideia é pensar um pouco sobre a representação da mulher na antiguidade, mais especificamente na Roma Antiga, a partir de um termo utilizado por um historiador romano, Valério Máximo. Em um livro, ele apresenta alguns fatos ilustres da história de Roma e conta a história de três mulheres. Uma delas foi acusada de alguma ação criminal, não se sabe ao certo qual, e decidiu advogar para si mesma. O historiador então diz que ela se defendeu com ‘diligência e muita coragem’, logo denominada por ele como ‘Androgynem’, que em um primeiro momento nos leva a pensar no termo ‘andrógeno’, mas ao compreendermos o sentido dessa expressão, ele não se relaciona com o termo conhecido pela sociedade”, disse.

Também participaram do evento a professora Fernanda Lemos de Lima; a defensora pública Elisa Cruz; e a juíza Cristina Serra Feijó, membro do Fórum.

O evento marcou a 24ª reunião do Fórum.


30 de outubro de 2019