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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



Professora e autora de livro sobre saúde mental palestra sobre o assunto


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O Fórum Permanente de Execução Penal da EMERJ realizou, nesta quinta-feira, dia 10, a palestra “Doença Mental, Subjetividade e Crime: Para Além dos Diagnósticos da Psiquiatria. Um Enfoque a partir do Existencialismo de Jean Paul Sartre”, no auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura.

A mesa de abertura foi composta pelo presidente do Fórum, desembargador Cezar Augusto Rodrigues Costa; pelo vice-presidente do Fórum, desembargador Álvaro José Ferreira Mayrink da Costa; pelo juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo; pelo professor Talvane Marins de Moraes, membro do Fórum; e pela professora Lucrecia Corbella, que palestrou sobre o assunto.

Para a professora, o problema de saúde mental está relacionado à indústria farmacêutica, onde, na visão dela, há uma invenção de diagnósticos e deturpação de pesquisas: “Hoje em dia, muitos psiquiatras estão saindo da psiquiatria biológica e estão fazendo outro tipo de psiquiatria, que não segue o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) norte-americano. A psiquiatria tradicional, que é muito vinculada com a indústria farmacêutica, está causando muitas doenças. Os psicofármacos estão causando doenças. Há muitos psiquiatras que rompem com isso, sobretudo tendo como base o Existencialismo Sartreano, onde Sartre concebe que a pessoa não tem uma existência humana, então a doença não está nos genes. Hoje tratamos a pessoa em sofrimento psíquico e há muitos profissionais da área de saúde mental que não falam mais ‘esquizofrenia’ ou ‘psicose’. Há pessoas que precisam de cuidados, de um atendimento humano, e isso nunca deve ser feito dentro de um manicômio. Não estou dizendo que a pessoa não pode tomar remédio, mas ela deve tomar em um período curto. Hoje em dia, muitos psiquiatras fazem a retirada segura, lenta e gradual da medicação, pois esses remédios causam distúrbios psíquicos”. E completou: “Os psiquiatras que não são éticos e recebem muito dinheiro da indústria farmacêutica estão adoecendo a população. Cada vez mais se medica não só jovens, mas também crianças, e elas ficam incapacitadas para o resto da vida. É preciso desconstruir isso. É uma questão muito perigosa, pois é uma invenção de diagnósticos e uma deturpação de pesquisas. Precisamos denunciar, pois as pessoas não precisam de tantos diagnósticos e remédios, elas precisam ser ouvidas e incluídas na sociedade”.

O evento marcou a 5ª reunião do Fórum Permanente de Execução Penal.


10 de outubro de 2019