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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro



EMERJ recebe crianças de comunidades do Rio para projeto de incentivo ao estudo


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“Quero ser jogador de futebol para ajudar a minha família”. Esse é o desejo de Caio Felipe, o capitão do time LPV - um programa do Instituto Brasileiro Lutando por Vidas. Felipe, Ronald, Kaike Queirós, Kaike Ferreira, Ryann Eduardo, Klayson, Gustavo, Pedro Henrique, Paulo Henrique, Luciano e Carlos jogam no mesmo time. Ana Julia é representante do time feminino do mesmo projeto. Todos são alunos de escolas públicas, têm entre 9 e 14 anos e moram em “Campinho”, um conjunto habitacional de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Nessa quarta-feira (16), eles vieram conhecer a EMERJ e reconhecer que o estudo é o caminho para um futuro melhor.

São as primeiras crianças e adolescentes a participar do novo projeto da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro “Conhecendo a EMERJ”. A proposta é apresentar a Escola como um centro de produção de conhecimento, das salas de aula aos espaços de debates. Os jovens ainda participam do dia a dia dos operadores do Direito, em uma visita ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

Eles foram recepcionados pelo diretor-geral da EMERJ, desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade, no auditório da Escola. “O que faz um juiz?” -perguntou o desembargador. “Bate o martelo.” – responderam. A partir de um bate papo informal, André Andrade explicou a importância do trabalho dos juízes para uma plateia atenta e muito interessada.

Numa sala de aula do Curso de Especialização em Direito Público e Privado, o professor e desembargador Alexandre Câmara falou da importância do estudo: “Para ser militar, para ser jogador de futebol, para ser o que for, tem que estudar, porque estudando a gente consegue tudo”.

TJRJ

Acompanhados do desembargador André Andrade e da secretária-geral da Escola, Lúcia Frota, os estudantes se encantaram com a grandiosidade do Tribunal Pleno. Eles ocuparam a mesa de honra, e Ana Julia sentou-se na cadeira do presidente do TJRJ. “Me sinto privilegiada por estar aqui”, disse a jovem de 14 anos, que sonha em seguir a carreira militar.

Na visita à 7ª Câmara Cível, foram recepcionados pelo presidente, desembargador Caetano Ernesto da Fonseca Costa, que ganhou uma camiseta do projeto e abriu a sessão com um recado aos visitantes: “Vocês precisam acreditar que podem tudo. Nunca deixem que alguém desestimule vocês a correr atrás do sonho, mas saibam que é preciso percorrer o caminho da honestidade e do estudo”.

O diretor-geral da EMERJ, desembargador André Andrade, explicou como é o trabalho dos desembargadores durante uma sessão, e concluiu: “Estou muito feliz de ter recebido vocês. Nunca desistam dos seus sonhos, porque vocês têm um futuro. Não estou querendo dizer que a vida é fácil, mas se vocês forem determinados, tiverem vontade de alcançar um sonho, ele se torna possível”.

Acompanhados pelo Cerimonial e pela Assessoria de Comunicação da Escola, os estudantes ainda visitaram o Palácio da Justiça e conheceram o Primeiro Tribunal do Júri. O arte-educador Raphael Schreider explicou como funciona um Tribunal do Júri.

No fim da tarde, antes de voltarem para casa, os visitantes ainda compartilhavam o sonho de Caio Felipe, de ser um jogador de futebol famoso, mas já vislumbravam novas possibilidades. “Se eu não for jogador, vou ser juiz”, disse Ryan Eduardo, o volante do time. E até o capitão Caio Felipe não tem dúvidas: Se eu não for jogador, vou querer ser advogado”.

Antonio Carlos Carneiro da Silva, técnico do time, ficou sensibilizado com o “Conhecendo a EMERJ” e disse que o projeto vai fazer com que as crianças multipliquem os novos conhecimentos: “Quando se abre uma escola de juízes para a comunidade, praticamente quebra-se o teto deles, que é ser jogador de futebol. Eles veem futebol todo dia na televisão e sabem que os jogadores de futebol ganham bem, são famosos. Mas quando você traz esses meninos para um ambiente como este, eles veem a oportunidade de ser um juiz, uma pessoa importante. A gente agradece e pede mais oportunidade para trazer mais crianças”.

LPV

O Instituto Brasileiro Lutando por Vidas (LPV) começou em 2013 com o Kickboxer e hoje tem o futebol como um dos projetos mais importantes. O projeto social busca afastar do crime crianças e jovens que vivem em comunidades carentes, dando a eles oportunidades nas áreas de esporte, artes e educação.

“O nosso maior objetivo é mostrar para esses meninos e meninas que existem outras possibilidades, que eles podem chegar aonde quiserem, assim como os desembargadores Caetano, André Andrade e Câmara falaram. É nisso que o Instituto Brasileiro Lutando por Vidas investe. Parece pouco, mas faz uma grande diferença na vida desses garotos. É nisto que nós acreditamos, na transformação através dos exemplos”, disse Jorge Turco, coordenador do LVP, sobre a parceria com o projeto “Conhecendo a EMERJ”.


17 de outubro de 2019